Startups: queda em valuations é onda, mas não tsunami, dizem especialistas

Startups: queda em valuations é onda, mas não tsunami, dizem especialistas

Mesmo com a análise tranquilizadora, investidores exigiram foco e disseram que a situação atual exige cautela
Segundo relatório do Distrito, se 2021 foi um marco para as startups brasileiras, com investimentos acima de 174% em relação a 2020, este ano não é tão róseo e levanta um sinal de alerta, principalmente quando se trata de tecnologia, mas isso não é um desastre declarado . Essa é a opinião de investidores experientes e uma pesquisa da mesma plataforma de inovação, que estima que o negócio vai arrecadar entre US$ 10,7 bilhões e US$ 12,9 bilhões em 2022 – desta vez, o crescimento é muito mais modesto, mas igualmente impressionante, 50%.

À medida que as taxas de juros dispararam, os investidores seguiram uma tendência esperada de apostar mais em renda fixa e menos em investimentos mais arriscados, como startups. Para Orlando Cintra, fundador e CEO da BR Angels, associação nacional de investimento anjo que reúne mais de 250 executivos seniores, a sensação de desaceleração econômica é real quando olhamos para 2021 Sim, mas também é uma comparação injusta, pois o os níveis do ano passado eram insustentáveis ​​e completamente fora do circuito.

“Tivemos momentos em que todo mundo está dizendo que só vai haver mais investimento em inovação, mais fundos estão sendo criados e as avaliações estão disparando. Agora eles estão dizendo que não têm mais dinheiro, as empresas precisam apertar o cinto, os unicórnios estão em falta. Até certo ponto, isso é verdade e são necessárias correções para manter os parâmetros de qualidade do ecossistema. No entanto, como vemos muitos pregadores, não há grande A crise teve um impacto severo na indústria. Longe disso , tem sido uma desaceleração suave – pelo menos até agora -“, disse Cintra.
“Sempre faltam comparações com dados de 2021. O certo é comparar com a média dos últimos cinco anos. E, olhando dessa forma, ainda não desaceleramos. Crescimento percentual em relação a maio de 2021, exceto para 3 apenas Novos unicórnios. O que isso significa? Precisamos estar atentos e agir, mas os investimentos vão continuar acontecendo, porém, de forma mais diligente”, declarou.

Cristiane Mendes, fundadora e CEO do Chiefs.Group, a primeira plataforma de economia de talentos aberta da América Latina em blockchain, disse que para empreendedores e investidores, agora é a hora de uma mudança de extático para mais cauteloso.

“Ainda há dinheiro no mercado e o que está acontecendo agora é apenas uma forma de investir nesses recursos porque os investidores estão mais seletivos e buscam negócios que sejam realmente escaláveis. Eles precisam ver esse índice de forma mais concreta A possibilidade de crescimento, que tem muito a ver com a capacidade da startup de demonstrar todo o seu potencial, ou seja, para conseguir contribuições é preciso ter uma equipe consistente que saiba apontar que os gatilhos que o negócio deve “chegar lá” são o que”, disse Christian.

Uma das empresas que contribui positivamente para as perspectivas de investimento para 2021 é a Virgo, um ecossistema de soluções financeiras no mercado de capitais. No ano passado, a empresa forneceu 300.000 reais para goLiza, 500.000 reais para Hent e 1 milhão de reais para Captal por meio de seu capital de risco corporativo. A aposta parece acertada, pois a goLiza levantou mais de 800 mil reais em abril deste ano, e as duas últimas startups investidas estão se preparando para uma rodada da Série A em 2022, sujeita à demanda e interesse de diferentes investidores. A empresa, que também criou o Optime com um donativo em fevereiro, já recebeu manifestações de interesse de dois fundos em fase inicial.

O fundador e CEO da Virgo, Daniel Magalhães, concorda que o Brasil tem um ecossistema de investidores forte e bem capitalizado, e um número crescente de CVCs interessados ​​até em startups.

“Especialmente no Brasil, ainda temos muito capital disponível para start-ups, principalmente nos estágios iniciais. A mudança nas avaliações apresenta uma boa oportunidade para os investidores entrarem na temporada de investimentos 2022-2025. Portanto, não acho que faltam recursos para apoiar bons empreendedores e projetos, mas acredito que veremos várias rodadas de avaliações mais baixas no país”, disse o executivo.

Avaliação e correções de retorno à origem

Valuation é uma estimativa do valor de mercado de uma empresa. É definido a partir de diversas análises como fluxo de caixa, histórico de múltiplos de mercado, avaliações pré e pós-investimento, etc. Assim, a negociação de uma empresa começa com uma avaliação. No entanto, dados os aspectos futuros e subjetivos do negócio, esse valor de mercado não é um cálculo rígido e mudará ao longo do tempo.

Parte do que está acontecendo no setor é uma correção nas avaliações de Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital, gestora de fundos de investimento que conecta empresas líderes a startups.

“Antes, um pequeno grupo de startups tinha muitos investidores e seus preços subiam. Hoje é uma situação muito diferente, com mais e mais startups aparecendo e recebendo cheques menores. Na Bertha, nós acreditamos muito nesses Forte correção de mercado porque não tem como continuar assim: liquidez reduzida, startups têm dívida de valor de mercado e questões que entregam resultados consistentes. Então achamos natural os ajustes de valoração e check size. além da necessidade de guardar dinheiro e encontrar a melhor forma de ganhar dinheiro”, disse Moreira.

Pierre Schulman, fundador da Nuvini holding SaaS, acredita que a seleção natural de empreendedores e o “voltar ao básico” do ecossistema empreendedor. “Historicamente, o impulso tem sido mudar o mundo e buscar a disrupção. Muita liquidez no mercado atraiu muitos investidores e empreendedores, apenas financeiramente, sem o objetivo de criar inovação. Alguma mentalidade empreendedora acontece A reversão — eles estão começando ver a avaliação como o objetivo do jogo. Agora, os investidores querem saber quem está realmente focado na construção de negócios impactantes – e esses negócios permanecerão no jogo.

Precisa focar agora

Apesar da análise tranquilizadora, os executivos concordaram que certos cuidados devem ser tomados na situação atual. João Vitor Carminatti, CEO do Stark, primeiro banco de investimento digital (IB) do Brasil apelidado de “tinder dos mercados financeiros”, aposta que o fim desse ciclo de correção dará origem a dois tipos de empresas: as saudáveis, com modelos de negócios e geradoras de caixa de suas atividades operacionais e países que não ficariam parados sem investimentos estrangeiros.

“Que esta lição ajude a repensar a lógica de administrar uma empresa de tecnologia e capital de risco. Meu conselho se alinha com os grandes VCs do Vale do Silício – a16z, Sequoia e Y Combinator. Além de buscar prolongar fugas e equilibrar as despesas a todo custo , as operações também precisam ser adaptadas para que não dependam de recursos de terceiros. Esses momentos mais desafiadores devem servir como lições de gestão que os empreendedores precisam usar para orientar todas as ações voltadas para aspectos fundamentais do negócio”, disse o CEO.

A visão de Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures, é que, apesar da guerra na Ucrânia, da crise dos fertilizantes, do bloqueio dos portos chineses e outros fatores, a SP Ventures é uma empresa que investe em tecnologia agrícola e alimentícia em toda a América Latina. Fundo de Soluções. Os obstáculos enfrentados recentemente, o número crescente de negócios e grandes rodadas de investimentos estão ocorrendo.

“Mesmo com valores de investimento reduzidos, rodadas de estágio final estão ocorrendo com frequência globalmente. Algumas das empresas que se destacaram no primeiro trimestre com um valor superior a US$ 100 milhões incluíram Keo World, Neon, Creditas, Tul e Betterfly. Dito isso, mesmo levando em conta o macro Refletindo o cenário econômico, o crescimento do setor nos últimos anos globalmente continuará, inclusive no Brasil. Durante o período de baixa taxa de juros no País, os fundos de capital de risco conseguiram se autocapitalizar, tantos agora estão entrando na fase de investimento”, disse Jardim.

À medida que as fontes de capital financeiro se esgotam cada vez mais, um dos recursos do empreendedor é o capital intelectual, ou seja, o Smart Money. Orlando Cintra explicou que, no longo prazo, a assessoria de executivos experientes às startups muitas vezes supera o valor aportado e tem sido um fator determinante para empresas que buscam investimento.

“A mentoria fornece insights críticos, oferece opções e ajuda os empreendedores a terem novas ideias e o rumo certo. Na BR Angels, buscamos aplicar o Smart Money da melhor forma possível, deixando de lado a tomada de decisão da startup e deixando o prerrogativa dos fundadores. Equipes. Isso impacta nas escolhas de investimento, como mostra nossa última pesquisa com a Abstartups, metade das startups brasileiras prefere começar sua captação de investidores anjo. As empresas entendem que, além do aspecto intelectual, os grupos pode abrir portas para potenciais clientes e ativar a rede”, disse o CEO da Angel Investment Association.

Sobre as recentes demissões que assolaram as startups, Daniel Magalhães não acha que seja um mau presságio para as empresas do setor. “Meu conselho para os empreendedores é que estejam atentos a oportunidades para recrutar grandes talentos que deixarão startups maiores. Para isso, é importante que uma boa opção de ações e um plano de ILP tenham sido elaborados.

Além disso, estou mais embasado em considerar o tamanho e a valorização da rodada de investimentos, bem como o foco na execução e no core do negócio – não é hora de muitos testes e projetos. diferentes frentes. Por fim, sempre acredite em seus objetivos e em sua equipe”, disse o CEO da Virgo.

Fontes: exame.com

Bussola ADM

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